
Publicado em 22/08/2024 - 15:55 / Clipado em 22/08/2024 - 15:55
Fórum Global de Inovação e Tecnologia em Sustentabilidade discute rumos para urbanismo e desenvolvimento sustentável
O Fórum Global de Inovação e Tecnologia em Sustentabilidade (FITS) foi realizado na terça-feira, 20. O evento, que contou com apoio do CAU/RJ e do Crea-RJ, é um espaço de diálogo, de avaliação de cenários e de construção de rumos a partir da interface de atores que pensam e fazem o urbanismo integrado no Estado do Rio de Janeiro e no Brasil. O Fórum tem patrocínio da Cedae, Águas do Rio e Execut Engenharia.
“O FITS foi concebido como um espaço de diálogo, de avaliação de cenários e construção de rumos para o desenvolvimento sustentável do país, em consonância principal ao ODS 11 da ONU, Cidades e Comunidades Sustentáveis. Esta edição do Fórum visa ser um ambiente de fomento à inovação e à tecnologia e ao desenvolvimento sustentável dos espaços urbanos em suas três dimensões: ambiental, econômica e social”, afirmou Lucia Martins, idealizadora do FITS.
O presidente do CAU/RJ, Sydnei Menezes, disse que o Conselho apoiou o evento desde o primeiro momento. “É importante que órgãos públicos e gestores do Estado do Rio de Janeiro participem deste tipo de evento para procurar acertar as políticas públicas que precisam ser redefinidas, realinhadas e repensadas para os desafios do novo século”, opinou.
O presidente do Crea-RJ, Miguel Fernández, ressaltou o ineditismo de um evento conjunto do CAU/RJ e do Crea-RJ, que “pela primeira vez caminham conjuntamente” e sugeriu a elaboração de uma carta conjunta. “A gente não poderia ter escolhido um lugar mais simbólico para o evento, a sede do antigo BNH, que foi fundamental para o setor de saneamento no Brasil. A gente volta aqui para a casa dos principais projetos de habitação popular do nosso país, do nosso estado, para rediscutir novas propostas que envolvam habitação, saneamento e urbanismo. Que a gente possa construir propostas que embasem os candidatos que vão gerir as nossas cidades a partir de 2025”, propôs Fernández.
O subsecretário de Estado da Casa Civil do Rio de Janeiro, Pablo Villarim, também participou da mesa de abertura do evento. “Fico feliz de representar o Estado em um ambiente técnico, em um Fórum com um tema superatual. Poderemos apresentar alguns números com os recursos da outorga da Cedae, que é o maior projeto de infraestrutura do país, tanto pelas concessionárias de saneamento, quanto pela outorga gerada pelo Estado e investimentos lastreados por essa outorga no Estado inteiro em obras de sustentabilidade, saneamento, drenagem, trazendo resiliência às cidades e associando isso aos ODS”, afirmou.
A primeira mesa do evento discutiu “Habitação e urbanismo como soluções para o Rio de Janeiro”, com a participação do vice-presidente da Associação Comercial do Rio de Janeiro, George Neder, além dos presidentes do CAU/RJ, Sydnei Menezes, e do Crea-RJ, Miguel Fernández e do subsecretário de Estado da Casa Civil do Rio de Janeiro, Pablo Villarim. Em seguida foi a vez de discutir “Saneamento e desenvolvimento sustentável nas cidades”, com a presença do CEO da Cedae, Aguinaldo Ballon; e o do diretor da Águas do Rio, Sinval Andrade.
O Chefe de Tratamento e Controle de Qualidade da Cedae, Robson Campos, apresentou, ainda, ações para a recuperação da Lagoa Maior do Rio Guandu, enquanto Sinval Andrade informou as medidas tomadas para evitar perda de água tratada, como problemas em adutoras e “gatos” e mostrou a tecnologia por satélite utilizada para monitorar vazamentos.
Na parte da tarde, foram realizados os painéis: “Energia nas cidades: desafios e oportunidades”, com a participação da gerente geral de Petróleo, Gás, Energias e Naval da Firjan, Karine Fragoso e do diretor da Agência Reguladora de Energia e Saneamento Básico do Estado do Rio de Janeiro (Agenersa), Vladimir Paschoal e “Visão Integrada do Urbanismo”, com o engenheiro da Companhia Estadual de Habitação (Cehab) Eduardo König; o presidente da Fundação Rio-Águas, Wanderson Santos; o presidente do Instituto Municipal Pereira Passos (IPP), Manoel Vieira; o diretor da Agetransp Vicente Loureiro e o presidente do CAU/RJ, Sydnei Menezes.
O presidente do Instituto Municipal Pereira Passos (IPP), Manoel Vieira, indagou aos presentes o que aconteceria caso Brasília deixasse de ser a capital do país. Ele usou a comparação para falar sobre o que aconteceu com o Rio de Janeiro quando deixou de ser a capital federal. “Nessas interfaces históricas a gente está jogando a favor da desigualdade social, num lote muito grande. Obviamente que a gente não consegue acomodar isso sem ter um impacto político, econômico e social profundo. Foi isso que o Rio de Janeiro vivenciou no final do século retrasado”, avaliou.
Já o arquiteto e urbanista e diretor da Agetransp Vicente Loureiro citou dados do IBGE que mostram uma dinâmica inédita no país: embora a taxa de expansão demográfica tenha caído, a área urbana do território metropolitano continua apresentando expansão. “Os desafios vão colocando a gente diante de novas questões para as quais a gente ainda não construiu respostas ou sedimentou estratégias para enfrentamento”, afirmou.
A programação do FITS encerrou com a mesa “Urbanismo: planejamento e transformação com tecnologia e inovação”, formada pelo arquiteto e urbanista da Prefeitura de Saquarema Felipe Araújo; pela arquiteta e urbanista do Instituto Estadual de Engenharia e Arquitetura (IEEA/RJ) e assessoria técnica da Procuradoria Geral do Estado, Isabella Giesta; pelo professor da PUC-Rio, Pedro de Moraes e pela vice-presidente do CAU/RJ, Michelle Beatrice.
Para Michelle Beatrice, é necessário um olhar multidisciplinar para o urbanismo. “A arquitetura e urbanismo passa por diversas esferas e precisamos pensar de forma coletiva o nosso futuro. Quando a gente fala em urbanismo e infraestrutura, assuntos que foram abordados no Fórum, a gente está trazendo segurança, sustentabilidade, qualidade de vida e saúde para o ser humano”, avaliou.
Veículo: Online -> Site -> Site CAU/RJ Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio de Janeiro