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Portal O Globo - Rio de Janeiro/RJ

Publicado em 13/04/2024 - 09:55 / Clipado em 15/04/2024 - 09:55

Veja imagens inéditas de desastre ambiental no Imunana-Laranjal reveladas pelo Crea-Rio


'A água voltou, mas risco ambiental continha', denuncia o engenheiro Miguel Fernández


Por Ana Claudia Guimarães

 


'Basta uma chuva forte para colocar o sistema novamente em risco, prejudicando cerca de duas milhões de pessoas, denuncia o engenheiro Miguel Fernández — Foto: Divulgação Crea-RJ

 

 

O presidente do Crea-RJ, o engenheiro Miguel Fernández, esteve ontem em inspeção técnica no Canal Imunana, em Guapimirim (RJ). Ele também visitou o local onde teria acontecido a contaminação da água por tolueno no município de Itaboraí. No local, há um acampamento com cerca de 200 pessoas, entre técnicos da Transpetro, Cedae, Inea, e de concessionárias como Águas do Rio, além de agentes da Polícia Ambiental e bombeiros.

“O que aconteceu no manancial do segundo maior sistema de abastecimento de água do Estado do Rio, o Imunana-Laranjal, foi um desastre ambiental na proporção de Mariana e Brumadinho. O acidente mostra o risco atrelado à indústria petroquímica e a importância dos royalties pagos para que os órgãos públicos tenham condições de fazer ações de redução de risco. Isso não exime o fato de se descobrir os responsáveis e cobrar deles o ressarcimento pelos prejuízos”, disse o presidente do Crea-Rio, que teve acesso exclusivo a fotos e vídeo.

Segundo o o engenheiro Miguel Fernández, técnicos da Cedae afirmaram que a contaminação ameaça os manguezais da Baía de Guanabara. Vizinha à área do desastre, a APA de Guapimirim também estaria sendo ameaçada, o que pode, ainda segundo Fernández, a levar o MPF a entrar no caso: "A Cedae já conseguiu estabilizar a produção de água e zerar a contaminação no sistema Imunana-laranjal, mas o solo está contaminado. Basta uma chuva forte para colocar o sistema novamente em risco, prejudicando cerca de duas milhões de pessoas."

O presidente do Crea-RJ, engenheiro Miguel Fernández, percorreu a área do Rio Guapiaçu contaminada por tolueno. Acompanhado pelo diretor de saneamento e grande operação da Cedae, Daniel Okumura, do assessor da companhia, Allan Borges, e do técnico Robson Campos, Miguel Fernández constatou que a área está repleta de ecobarreiras para conter o produto químico, que está concentrado numa área de cerca de 20 quilômetros quadrados, em fazendas próximas ao Polo Gaslub Itaboraí, da Petrobras, o antigo Comperj.

 

Segue posicionamento da Petrobras:

A Petrobras reforça que não há tolueno a partir de suas atividades no estado do Rio de Janeiro e que nenhuma empresa prestadora de serviços que atua dentro das instalações do Gaslub (antigo Comperj) utiliza o produto.

O tolueno é um produto usado em diferentes processos industriais, como fabricação de tintas, pesticidas e defensivos agrícolas, solventes em geral, na indústria do couro - setores ou atividades econômicas historicamente encontradas na região afetada pelo vazamento.

As análises da Cedae e do Inea das águas em que foi encontrado o tolueno não detectaram contribuições de petróleo, nem de produtos tipicamente processados em refinarias e transportados em dutos, tais como gasolina, diesel e gás.

Desde que foi comunicada sobre a presença da substância nas águas dos córregos e afluentes dos rios que compõem o sistema Imunana-Laranjal, a Petrobras se mobilizou, dedicou técnicos e está colaborando com as autoridades. Junto com a Transpetro, disponibilizou mais de 100 profissionais, prestando apoio à Cedae, Inea e demais autoridades, sendo as duas empresas integrantes do acampamento citado na nota da coluna.

Por fim, a Petrobras ratifica como seu valor o respeito à vida, às pessoas e ao meio ambiente. A companhia continuará executando todas as suas operações seguindo rigorosamente as normas de segurança operacional e as boas práticas de relacionamento social nas comunidades onde atua.

 

https://oglobo.globo.com/blogs/ancelmo-gois/post/2024/04/veja-imagens-ineditas-de-desastre-ambiental-no-imunana-laranjal-reveladas-pelo-crea-rio.ghtml

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