
Publicado em 05/04/2023 - 14:05 / Clipado em 05/04/2023 - 14:05
Falhas no asfalto se multiplicam no Centro e na Zona Sul
Motoristas sofrem com buracos e bueiros desnivelados em diversas ruas; Emusa garante que produto é de qualidade
Por Raquel Morais
A qualidade do asfalto nas ruas de Niterói chama a atenção de quem dirige pelas vias, principalmente no Centro e na Zona Sul. Enormes buracos, desníveis, falta de pavimentação em alguns trechos e muitos obstáculos fazem a rotina de quem transita de carro, de ônibus e até de bicicleta na cidade um caos.
Além de ressaltos e falhas na pista, há bueiros instalados no meio das ruas que chegam a ter centímetros de desnível com relação o solo. Isso ocorre em vários pontos, como nas ruas Visconde do Rio Branco, José Clemente, Moacir Padilha, Almirante Teffé, Fagundes Varela, São Sebastião, Hernani de Mello, Antônio Parreiras, Jornalista Alberto Torres e Ary Parreiras.
Para Gerônimo Leitão, professor da escola de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal Fluminense (UFF), o asfalto na cidade é altamente afetado pelos impacto de deslocamentos de veículos. Ele destaca que há um número excessivo de automóveis circulando numa malha viária projetada há 50 anos.
— Icaraí, por exemplo, foi pensada em outra realidade. Hoje em dia existe uma saturação brutal da malha viária, basta observar a quantidade de empreendimentos imobiliários que são destinados para determinados grupos de renda, em que um imóvel tem direito de duas a três vagas de garagem — diz.
O engenheiro civil Luis Carneiro, coordenador da Câmara Técnica de Engenharia Civil do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio de Janeiro (Crea-RJ), explica que esse tipo de problema não deveria acontecer, já que um pavimento bem executado tem que ter uma vida útil na ordem de dez anos.
— O pavimento asfáltico é flexível, aceita alguma deformação, mas tem que ser impermeável em cima e na parte de sub-base também. A água diminui a qualidade de suporte de um pavimento, que, encharcado e sem drenagem, acaba deformando e criando buracos e depressões — diz.
O presidente da Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil (Atricon), Cezar Miola, explica que a instituição tem um trabalho de orientação que envolve a manta asfáltica. Mas a Atricon, diz, não tem poder de fiscalização, diferentemente dos Tribunais de Contas do Estado (TCEs), que fiscalizam despesas públicas e execuções de obras.
— É fundamental uma fiscalização adequada, pois muitos problemas que emergem em obras públicas decorrem por falta dela — afirma.
A Empresa Municipal de Moradia, Urbanização e Saneamento (Emusa) informa que os serviços de recapeamento continuam sendo executados com o mesmo padrão de excelência e com o mesmo Cimento Asfáltico de Petróleo (CAP) que é utilizado, inclusive, pelo Departamento de Estradas e Rodagem (DER). A cada ano, informa, são investidos cerca de R$ 50 milhões em recapeamento no município, um total de 50 quilômetros de asfalto novo.
Já a Secretaria de Conservação e Serviços Públicos (Seconser) afirma que realiza diariamente o serviço de tapa-buraco em ruas da cidade. Junto com a Emusa, prepara ainda ações de recapeamento de vias. Quanto aos bueiros, a pasta esclareceu que executa o nivelamento quando eles são de drenagem e notifica as empresas de telefonia e a Águas de Niterói para nivelar os tampões de sua responsabilidade. Questionada, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) se limitou a dizer que não faz essa gestão.
A concessionária Águas de Niterói informa que faz manutenções para garantir a regularidade dos bueiros. E afirma que já realizou 269 nivelamentos de tampões de bueiros somente nos primeiros dois meses de 2023.
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